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“Manifestações e o combate à corrupção”
Em vésperas de manifestações populares anti corrupção, vale à pena rever a fala de André Singer (2min45seg) sobre “Manifestações e o combate à corrupção”, em debate realizado no Instituto Casa da Cidade em 22/06/2013.
Já naquele momento ele dizia:
“O que deve nos preocupar é que esse novo proletariado seja cativado por uma orientação conservadora. Acho possível.”
https://www.youtube.com/watch?v=GVKZdrfiG-c
Veja este é outros vídeos com debates realizados no Instituto Casa da Cidade no nosso canal de vídeos.
https://www.youtube.com/user/casadacidade1
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Transcrição da fala de André Singer.
“Hoje recebi uma mensagem dizendo:
– Mas, o subproletariado –que uma categoria que venho usando–, não se mobilizou.
De fato não se mobilizou. Mas, o que tenho chamado de novo proletariado, me parece que sim, que começou a se mobilizar e é muita gente.
O que deve nos preocupar é que esse novo proletariado seja cativado por uma orientação conservadora. Acho possível. Por quê?
Porque a questão “há corrupção no Brasil?”. Não há dúvida que há corrupção no Brasil. Mas, há em todas as democracias.
Também não há dúvida de que a corrupção no Brasil é um problema histórico e grave. E é um elemento central da política brasileira. Só que ela se conecta com os problemas das demandas sociais que vieram pra rua da seguinte maneira, que é uma maneira falsa, porém intuitiva. Portanto, poderosa.
Que é dizer o seguinte: “Se nós acabarmos com a corrupção dá para resolver os problemas sociais”. Isso vem sendo cultivado faz muitos anos. A ideia de que a corrupção é um problema… Aí temos uma questão, que é de fato a possibilidade… eu não acho é impossível.
Agora, o que me leva a pensar que a situação e que a gente tem que encará-la de uma outra maneira. É que objetivamente os interesses destas camadas não serão atingidos se você diminuir a corrupção, coisa que, historicamente, a direita nunca fez no Brasil. Mas, vamos dizer que o fizesse.
Obviamente, vamos deixar claro, que a esquerda tem que retomar as bandeiras anticorrupção e republicana. Isso é fundamental que, em certa medida, foram abandonadas e deixadas para a direita. Nós temos que retomar. Isso faz parte.
Obviamente não é dizer que não somos à favor do combate à corrupção, ou seja uma questão menor. Mas, também temos que dizer que isso não vai resolver os problemas sociais. Que é o fundo das demandas.
Então, o interesse objetivo destas camadas não será atendido por meio desta orientação. Eu acho que há muito espaço para dialogar no sentido de mostrar isso. Mostrar o que. Mostra que isso não será atendido por meio desta orientação, mas em troca disso, o que vamos propor.”